19 de mayo de 2007

«Um mundo melhor», mas não perfeitinho. Por favor, Senhor!

“Ei! Preciso de um trago!”, gritei ao vento. Então O Senhor pegou uma garrafa de scotch pra mim. Até que enfim! “Da na mesma”, pensei. Ou sonhei? Sem conhecimento, quase morto e metamorfoseado, estava me sentindo LIVRE! O Senhor deu uma risada louca e exclamou: “Não entendo nada! Você tá fodido, meu filho!” Olhei o céu e repliquei: “Adeus! Vai embora, pai!”. O Senhor tava bravo: “Tem que respeitar! Tem que respeitar!”... Enquanto ele lançava por cima de mim muita chuva, trovões, raios e relâmpagos, eu sussurrava –completamente feliz- aquele belíssimo e desesperado blues...

«Nem me importa que mil raios partam qualquer sentido vago de razão... Eu vou dar com a minha cara de panaca pintada no espelho, e me lembrar sorrindo... que o banheiro é a igreja de todos os bêbados.» (*)

“Estou dizendo isto para o seu bem; estou fazendo aquela coisa para o seu bem…”. ¡Lógico! Quien intenta transmitir su “fe” (política o religiosa) siempre dirá que lo hace por el “bien” del otro. ¡Qué manía de “perfeccionar” al ser humano! Toda maniobra en ese sentido fue y seguirá siendo tan nociva como macabra. Más allá de discursos demagógicos, en general, somos terrible y humanamente individualistas (no egoístas, que los hay, pero es otra cosa). Los experimentos dogmáticos y “colectivos” de transformar una sociedad, conducen –de manera inexorable- al desastre (nazi, fascista, socialista). Quienes se han considerado embanderados de las “causas más nobles y justas”, han terminado creando y/o fomentando exactamente lo contrario (dictadura, asesinatos, persecuciones, destierros, etcétera). Todas las “utopías” han sido regresivas, reaccionarias; procuraron restaurar el antiguo «orden» social, político, económico (el imperio tal, o el imperio cual), o sustituir lo establecido por algo peor.

En general, desconfío de quienes posan -en público o en privado- como “buenas personas”. Mis parámetros no coinciden con los socialmente aceptados: La abrumadora mayoría de esas “causas” (y sus correspondientes fetiches), me inspiran desprecio, burla, resistencia. Abomino los proyectos de ingeniería social o moral del “progresismo” latinoamericano, y sé muy bien que para caerle simpático a determinada masa embrutecida, bastaría con hablar o escribir maravillas del islamismo, y pestes del cristianismo (en particular del catolicismo). Aun así, y a propósito de la visita del Papa a Brasil, lo que escribió Hélio Schwartsman es -mais ou menos- lo mismo que pienso yo al respecto (como eterno pecador):

«Antes que me tomem por um anticlerical empedernido, devo dizer que estou entre as pessoas mais tolerantes do mundo. Ao contrário de muitos representantes dos meios seculares intelectualizados, não pretendo cassar [abolir] a palavra ao Vaticano. Suas posições contra o aborto, a eutanásia, o sexo antes do casamento, a camisinha, as drogas e a reprodução assistida são tão boas como as minhas a favor disso tudo. E, se eu tenho o direito de me manifestar, é líquido e certo que o papa também pode dizer o que pensa.

E é preciso reconhecer que ele o fez, talvez até com algum exagero. Em praticamente todas as suas intervenções por aqui, o sumo pontífice aproveitou para passar o seu recado [mensaje]. Nem bem desembarcou, condenou o aborto. Falou aos jovens e condenou o aborto. Criticou os traficantes e condenou o aborto. Abriu a conferência episcopal e condenou o aborto. Despediu-se e condenou o aborto. O lado bom é que agora não temos nenhuma dúvida [duda] de que a Igreja Católica condena o aborto.

De novo, não vejo problemas nas colocações papais. Quem partilha [comparta] do pressuposto da igreja de que existe uma moral eterna e incondicionada e aceita a noção de que a vida tem início na concepção não poderia mesmo dizer outra coisa. O católico que queira conservar-se um bom católico está obrigado a aceitar as determinações papais. Como cidadãos brasileiros, entretanto, cada um de nós é livre para escolher se vai ou não pertencer a uma igreja e mesmo se vai ficar com o "pacote completo" ou apenas com partes dele --o tal do "supermercado da fé" de que Bento 16 tanto se queixa. As lógicas civil e religiosa não se comunicam.

O "projeto" deste papa é justamente expurgar a Igreja Católica dos maus fiéis, que ficam apenas com o que lhes interessa da doutrina. Quer, de preferência, transformá-los em bons devotos, mas já antecipou que está disposto a levar a ortodoxia a ferro e fogo, mesmo que isso signifique a perda de adeptos. Não vejo grande chance de sucesso nessa empreitada [campaña], mas não sou eu quem vai ensinar o papa a rezar a missa.

O problema do catolicismo em sua vertente mais rígida é que ele é contra a natureza humana. Estamos, como qualquer animal, biologicamente programados para fazer sexo, pelo menos para os homens a estratégia mais comum é preferir a quantidade de parceiras à qualidade. Mais do que isso, temos (homens e mulheres) fortes inclinações para a busca do prazer -o hedonismo também tão criticado pelo papa- e não gostamos que imprevistos em princípio evitáveis ou reversíveis (como uma Aids ou uma gravidez não planejada) atrapalhem nossos planos de vida. Em uma palavra, somos terrível e humanamente egoístas.

Isso não significa, é claro, que uma vida "virtuosa" seja impossível. Há quem seja capaz de viver sem sexo. Alguns jovens conseguem manter-se virgens até o casamento. Existem até aqueles que podem aspirar à santidade, levando uma vida inteiramente dedicada a fazer o bem para outras pessoas. (Poderíamos, é certo, "diminuir" um pouco o significado desse altruísmo afirmando que os candidatos a santo são tão egoístas quanto qualquer outro ser humano, só que, em vez de aplicar suas energias em obter para si deliciosas noites de enlevos [encantos] lúbricos, concentram-se em garantir um lugar no céu [cielo], o prêmio máximo).

É no plano epidemiológico que os desígnios papais saem frustrados. Embora [aunque] a maioria das pessoas afirme acreditar [creer] numa próxima vida, age [actúe] como se esta fosse a única. Com efeito, nem os religiosos mais fervorosos parecem muito ansiosos para morrer. Esse, entretanto, seria o caminho "racional", a rota mais rápida para a tão almejada [anhelada] redenção. Homens-bomba são, felizmente, exceções no universo de gente com excesso de fé.

Gostemos ou não, a maioria das pessoas não quer ou não consegue viver segundo o manual de instruções do Vaticano. Farão sexo antes, durante e depois do casamento, usarão camisinha, não hesitarão [vacilarán] muito antes de recorrer a um aborto se se virem diante desse dilema, experimentarão drogas e, de vez em quando, até irão à missa.

Esse lado mais severo do catolicismo é compensado pela boa tolerância dos padres para com os pecadores. Se em termos contratuais a religião exige do adepto o quase impossível, isso é contrabalançado pela relativa facilidade com que o faltoso obtém perdão, confessando-se e penitenciando-se. Não é surpreendente, portanto, que os próprios católicos estejam entre os primeiros a admitir que não praticam sua religião de modo muito exemplar.

O estranho aqui é que Bento 16, por todos apontado como um rematado conservador, atue com o que, creio, são os mesmos cacoetes [tics] das utopias de esquerda. À sua concepção de religião parece subjazer um papel de força transformadora do homem e, em conseqüência, da sociedade. Se a maioria agir de acordo com a moral católica, além de povoar [además de poblar] o céu com mais almas, construiremos um mundo melhor. Não é por outra razão que o Vaticano procura convencer o Brasil a transformar o ensino [enseñanza] religioso, hoje optativo na rede pública, em obrigatório.

E não estamos falando de pequenas transformações, de modelagens, que o meio social de fato consegue imprimir ao homem, seja pela via da educação seja pela da repressão, mas de mudanças radicais e justamente nas esferas em que nossa animalidade se faz mais notável, como o sexo e manifestações de auto-interesse. Aqui, Bento 16 lembra [recuerda] muito seu compatriota Karl Marx. A diferença fica apenas por conta da localização do paraíso. Para o primeiro, nas alturas, para o segundo, na terra mesmo.

De minha parte, reservo-me o direito do ceticismo [escepticismo]. Não acho, por certo, que o homem seja um caso perdido. Se tomarmos uma escala de longo prazo, maior até que a da Igreja Católica, estamos melhorando. Já não atacamos nossos vizinhos apenas por receio [miedo] de que eles nos ataquem antes. Só que as mudanças [cambios] para melhor no comportamento humano vêm menos traumaticamente quando ninguém tenta impingi-las [introducirlas] através de projetos de engenharia social ou moral. Se o capitalismo tem alguma vantagem sobre o marxismo e o catolicismo, é que ele é menos ambicioso. Não tem a pretensão de alterar a natureza humana nem tenta negar-lhe os traços animalescos.»
(**)

(*) «Down em mim» (Cazuza), Barão Vermelho, “Barão Vermelho”, 1982.-
(**) «
Eterno pecador», Hélio Schwartsman, Folha Online, 17/05/2007. Las palabras entre [corchetes] son traducciones para facilitar la lectura a los lectores hispanoamericanos.-
Aviso aos navegantes: Eis aí um post longo e abrasileirado para os moleques chatos e indolentes que não gostam ler muito. Bom proveito, rapaziada!

4 comentarios:

Anónimo dijo...

Pues aunque no he entendido al 100% el texto a causa del idioma, me parece que el autor del mismo no entiende bien algunos conceptos teológicos tal como los entiende la Iglesia Católica y que constituyen el freno de mano de la vida ética de los católicos: la realidad del pecado, sus efectos en la vida de cada uno, el perdón, y la peripecia de la existencia humana.

Además, no parece entender el sentido de lo sobrenatural en la forma de cómo actúa la Divina Providencia en la vida del católico. Claro que al morir creemos que pasamos a otra vida, pero el paso a esa vida es inseparable de la peripecia vital de ésta. Es necesaria ésta para la siguiente. Claro que por nuestras propias fuerzas no cabe una resistencia prolongada a determinadas tentaciones. Por eso invocamos la ayuda providencial para no caer en tentación. Un santo no es una persona que vive con el culo apretado y rechinando los dientes mientras aguanta tentación tras tentación, sino quien se abandona amorosamente en las manos de Dios a lo largo de la experiencia de su vida.

Reducir la vida católica a un simple manual de instrucciones impartidas por un consejo de vejetes, y la ética de la Iglesia a "no follarás", "no usarás condones", "irás a misa cuando se te ordene" es no entender la experiencia vital de los creyentes que vivimos nuestra fe en la Iglesia. No querer entender, mejor dicho.

Ahora, no me sorprende que esta opinión venga de Brasil. Allí, como pasa en España, los creyentes han sido abandonados por sus pastores (allí por efecto de las desviaciones teológicas de los teólogos marxistas, aquí por el "efecto del 68") de tal manera que se comportan como les da la gana, sin criterio, y además, con cierto recelo a admitir los postulados eclesiales en tanto vayan a contracorriente de lo socialmente aceptado como no criticable, a la vez que se sustenta,yendo de vez en cuando a misa, una vaga esperanza de que Dios ya comprenderá y perdonará.

Al analizar la experiencia de los católicos sólo basándose en el testimonio y el ejemplo de creyentes como éstos, es normal que se llegue a la conclusión de que ya no sólo la Iglesia, sino que la fe es algo antinatural.

Cogito Argentum dijo...

Impecable lo suyo, Bazan (incluido el relaje culico)

gerardo malespina dijo...

Bazán,
Comprendo que como español no te haga mucha gracia un texto en portugués, por eso me referí a la traducción como “para hispanoamericanos”. Pero vamos…, que no es tan difícil de descifrar lo que dice el articulista. :)

No deberías tomarlo con tanto prejuicio sólo porque “venga de Brasil”. Estoy en Uruguay, y pienso más o menos lo mismo que ese brasilero.

Me parece que sí, que el autor entiende la visión de la Iglesia Católica. Quien no entiende a los católicos es la Iglesia, por eso es que les exige imposibles, metas utópicas que jamás cumplirán. El “freno ético” que mencionás, es ilusorio; porque como dice el autor (y yo comparto), se perdona demasiado fácil cualquier pecado.

Los principales responsables de que la Iglesia sea caricaturizada como defensora del "no follarás", "no usarás condones", etc, son las autoridades de la Iglesia. En cierta forma, ellos mismos son los peores propagandistas del catolicismo.

El autor no dice que eso sea “la vida católica”. Lo que dice es que eso parece pretender la Iglesia cuando imparte “instrucciones” absurdas sobre la sexualidad a jóvenes y adolescentes católicos (entre los cuales muy pocos estarán dispuestos a abstenerse sexualmente, o a no usar condones o anticonceptivos, o a no tener relaciones prematrimoniales, etc). El discurso del “concejo de vejetes” es irreal, Bazán. Tan irreal como inefectivo. Ese discurso no está dirigido a seres humanos con hormonas (que no tengan entre sus planes seguir la carrera sacerdotal).

Me refiero a cosas terrenales, carnales, que nada tienen que ver con la fe en Dios (No veo contradicción entre fornicar como una bestia usando preservativos, y al mismo tiempo creer en Dios). El autor ni siquiera cuestiona a Dios ni la fe en Dios, sino a ese discurso despegado de la realidad de las autoridades eclesiásticas. Ante el SIDA, ¿qué hacen esas autoridades? Recomiendan prescindir de lo único que puede evitar la infección. Como ellos no practican el sexo, se desentienden fácil del asunto proponiendo una conducta perjudicial para esos jóvenes.

Esa actitud de la Iglesia como institución, ¿qué tiene que ver con la Divina Providencia? ¿Qué tiene que ver con la fe? ¿Acaso un católico será excomulgado por usar condón? No. Porque si lo hace, quizá lo confiese, pida perdón, y seguramente será perdonado. O sea, el discurso oficial falla, tiene unas grietas inmensas. Y no es culpa del articulista, ni del Brasil, ni del marxismo, ni de la “teología de la liberación”, ni mía. El error es de quien lo proclama, no de quienes advierten las grietas. Y en mi caso, ni siquiera con finalidades políticas.

Me decís que un cristiano es «quien se abandona amorosamente en las manos de Dios», etc, pero eso no es, te reitero, lo que cuestiona el articulista. Ni siquiera dice ser ateo (Yo tampoco me considero ateo). Por favor, Bazán. No te lo tomes como algo personal. En el post no veo ningún ataque a los católicos. Lo único que veo es un fuerte cuestionamiento al libreto de las autoridades católicas. Incluso, interpreto el texto hasta como una defensa de los fieles desde un punto de vista humano, no “sobrenatural”, ni utópico.

Por ejemplo, yo estoy a favor de que los fieles y los infieles se comporten como “les da dé la gana” (en los posible sin joder a los demás, y dentro de la legalidad, claro). Eso no es estar en contra de la fe católica, sino en contra del discurso papal. No detesto el catolicismo ni tengo ningún problema con ninguna religión. El conflicto es con la autoridad, con la autoridad…. Ni siquiera es sensato estar en contra del islamismo en forma abstracta, porque el Corán no muerde. Quienes ordenan un atentado son personas de carne y hueso. Y quienes se suicidan con una bomba también. O sea, no se puede hablar de la Iglesia Católica en forma abstracta, como si no estuviera dirigida por hombres, por seres humanos.

Parte de “lo socialmente aceptado” es pecar, confesarse y ser perdonado. Eso es lo que plantea el articulista, y estoy de acuerdo con él. Sin muchas complicaciones, bastará con arrepentirse y un individuo será perdonado incluso por haber cometido un asesinato. No será perdonado por todos los fieles, sino por las autoridades de la Iglesia. Los mismos sacerdotes católicos lo dicen: El Señor “comprenderá y perdonará”.

Yo, que no tengo fe religiosa, sin embargo tengo mis propios frenos morales para no matar, no violar, no robar. Y entiendo que como católico te parezca extraño, pero así es.

La fe religiosa no es “natural”. Es una construcción mental, cultural. O -para no ser tan crudo- es una vivencia espiritual. Y no tiene nada de malo.
Ahora, te recuerdo que yo tengo sangre, como vos. Tengo emociones, sentimientos, etc. Y no tener esa construcción mental o vivencia espiritual, no me deja algunos escalones abajo con respecto a los creyentes. ¿Por qué? Porque yo también creo, pero creo en otras cosas: En mi familia, en mis amistades, en mí mismo. Al articulista supongo que le sucederá algo parecido.

Saludos, Bazán…
Y a no confundirme con los detractores imbéciles. :)

Anónimo dijo...

Hombre, Gerardo, me lo tomo por lo personal en cuanto que soy católico; lo que no hago es tomármelo por lo irascible porque veo que es una crítica argumentada y sin ningún ánimo de ofender. Nunca me siento a disgusto tratando estos temas con gente como tú, que trata las cosas así, sean cuales sean tus creencias religiosas, o aunque no tengan ninguna.

Me referí a las especiales características de la Iglesia en Brasil porque desde hace unos 40 años Brasil no es precisamente un ejemplo para el mundo católico, y no me refiero al volumen de creyentes o a la asiduidad de la práctica religiosa, sino a la formación religiosa (que incluye, por supuesto, la formación intelectual acerca del dogma) de los fieles brasileños.

Además Brasil es una nación que por costumbres suyas (que no existen en otras naciones) lo sensual y lo sexual tiene una presencia desmesurada. Ello significa más tentaciones para llevar una vida sexualmente desordenada (y ojo, que no quiero significar con esto que la simple presencia de lo sensual o lo sexual sea de por sí una tentación para el creyente), y como la sexualidad humana, para el católico, participa de la misma ética personal que el resto de la persona, pues este desorden se convierte en desorden ético del comportamiento.

El perdón, en la Iglesia, requiere al menos del arrepentimiento y del propósito de enmienda. Es lógico: si pienso que lo que he hecho lo he hecho mal, he hecho lo que no debía, es lógico lamentar el hecho en sí (y sus consecuencias, tanto morales como físicas, pero por este camino de momento no entro) y procurar no volver a hacerlo. Es responsabilidad del sacerdote, que es el único autorizado a impartir el perdón, el asegurarse de que existe arrepentimiento y propósito de enmienda, y si no, puede negar la absolución al fiel.

¿Existe arrepentimiento y propósito de enmienda en un joven que se confiesa por haber follado sin condón (vemos a dejar de momento el hecho en sí y ya hablaré, si procede, de lo pecaminoso del uso del condón) una noche de carnaval? Puede ser que el mismo que experimento yo al levantarme con resaca: "¡no vuelvo a emborracharme en la vida!" Y así hasta la siguiente cogorza. Poco arrepentimiento y poco propósito de enmienda, en este último caso. La resaca es el freno de mano del error cometido a través de sus consecuencias físicas, pero no es en sí un arrepentimiento.

¿Puede considerarse que existe un perdón sacramental adecuado del cura que le da la absolución porque total, todo el mundo hace lo mismo?

La destrucción del contenido teológico de los sacramentos lleva a no pocos fieles (y por desgracia a no pocos sacerdotes) a pensar que el perdón (impartido por el sacerdote en nombre del mismo Dios) es automático, y no es así. De ahí a que el fiel dé el siguiente paso: que si es automático Dios ya se hará cargo del asunto cuando proceda.

No es así como debe interpretarse la confesión y la absolución según el dogma católico, como yo pido perdón y tú me dices que estoy perdonado. Pero entiendo que si la experiencia que se tiene, dentro o fuera de la Iglesia, es ésta, se llegue a la conclusión de que el perdón no tiene mayor importancia (se da de balde) por lo que a su vez no tiene mucho sentido criticar la falta supuestamente perdonada.

Al final, la ética y el dogma se quedan en mero rigorismo del comportamiento, tan poco útil (por decirlo suave), tan poco atractivo, y en el fondo, tan poco humano si viene de la Iglesia como si viene de un dictador con bigote.

Cuando un cura habla de moral sexual (de moral sexual, de la cual el hecho de follar y el modo de follar es sólo una parte), es fácil caer en la reducción del rigorismo; quien cree se dice: "mira, otro cura hablando de condones"; y quien no cree: "mira, otro cura hablando de condones". ¿Quién puede estar interesado en leer o escuchar más al cura si el cliché es más fácil de entender que una instrucción pastoral? Ya no te digo nada si el corolario es que los curas hablan de condones sólo por molestar a los que los usan.

Como católico que soy no dudo de que hay gente que vive éticamente no siendo cristiano, o aun no siendo creyente de nada. Ejemplos de gente así los tengo al lado a diario. Y no lo considero mal, en tanto esa ética no me suponga a mí un perjuicio objetivo.

El penúltimo párrafo que has escrito es soberbio, y coincido plenamente con él.

Y tranquilo, que no te confundo ni con un detractor ni con un imbécil. Especialmente lo último.

Un saludo, Gerardo, y seguimos hablando. Ya sabes por dónde paro en la internet 8-).